Teu corpo virou jardim.
Tens todo o tempo para brincar de amor
e gozar o tempo, e possuir o vento.
Agora podes colher,
sem que ninguém te notes,
com tuas mãos de nada ter,
com teus dedos de teclas brancas,
os inesquecíveis miosótis.
Agora já podes tocar:
onde estás ninguém ri
da tua versão de Satie.
O tempo apaixonou-se por ti.
Já não te pode interpretar.
É dor que não mata e nem cura.
A contabilidade da usura.
E mesmo que a inveja não suporte
tens em mim, sempre a brotar,
os imperecíveis miosótis.
Tens todo o tempo para brincar de amor
e gozar o tempo, e possuir o vento.
Agora podes colher,
sem que ninguém te notes,
com tuas mãos de nada ter,
com teus dedos de teclas brancas,
os inesquecíveis miosótis.
Agora já podes tocar:
onde estás ninguém ri
da tua versão de Satie.
O tempo apaixonou-se por ti.
Já não te pode interpretar.
É dor que não mata e nem cura.
A contabilidade da usura.
E mesmo que a inveja não suporte
tens em mim, sempre a brotar,
os imperecíveis miosótis.
(Claudio Mello e Souza)
Marcia Mendes e Maria Bethânia
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