terça-feira, dezembro 13, 2011

poesiatoda II





foto de Man Ray, 1931


 

tua pele nua
se movimenta imperceptível
como numa escultura
teus olhos lassos
emergem breves no espaço
como partituras
teus traços circunscrevem
escuros e claros
que desfaço
como travos do atraso

então distraio o passo
e doce faço
com os dedos laços
com os beijos favos
com os olhos raios (x)
e gravo num retrato
imenso e baço
o close fugaz e frágil
de um abraço imaginário

(1992)

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